Brasil é o segundo país que mais pesquisa sobre ansiedade no mundo — O que isso revela sobre nossa saúde mental?

ansiedade

A ansiedade já deixou de ser uma palavra reservada aos consultórios de psicologia. Hoje, ela faz parte da rotina emocional de milhões de brasileiros — e os dados do Google confirmam isso de forma contundente.

De acordo com um levantamento recente do Google Trends, o Brasil é o segundo país do mundo que mais pesquisa sobre ansiedade na plataforma. Essa estatística não é apenas um reflexo do aumento nos casos, mas também do desespero silencioso de uma população que busca compreender, controlar ou, ao menos, nomear o que sente.

📊 O que o brasileiro está procurando?

Entre as frases mais buscadas no país, destacam-se:

  • Como controlar crise de ansiedade sozinha?

  • Remédio natural para ansiedade

  • Textos para ajudar pessoas com ansiedade

  • Ansiedade tem cura?

  O aumento dessas buscas, em especial de formas não medicalizadas de lidar com o transtorno, revela não só o desconforto crescente da população, mas também uma carência estrutural no acesso à saúde mental.

Apenas a expressão “remédio natural para ansiedade” registrou um crescimento superior a 3.950% no último ano.

🧠 Ansiedade virou epidemia emocional?

A resposta curta: sim. A ansiedade, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é o transtorno mental mais comum no mundo. E o Brasil, segundo a própria OMS, lidera o ranking mundial em prevalência de transtornos de ansiedade, com mais de 18,6 milhões de pessoas diagnosticadas.

Mas por que isso acontece aqui com tanta intensidade?

Pressões cotidianas

Entre os principais gatilhos, estão:

  • A insegurança econômica crônica;

  • Desigualdades sociais profundas;

  • Excesso de trabalho e jornadas exaustivas;

  • Uso excessivo de redes sociais;

  • Violência urbana e medo constante;

  • Ausência de diálogo sobre saúde emocional nas famílias e escolas.

Como consequência, sintomas como taquicardia, insônia, dores no peito, medo constante e pensamentos acelerados estão cada vez mais comuns — e nem sempre são identificados como ansiedade.

🖥️ Google: o novo “psicólogo de bolso”?

Diante da dificuldade de acesso a psicólogos, psiquiatras e serviços públicos de saúde mental, muitos brasileiros encontram no Google um refúgio digital para entender o que estão sentindo.

“As pessoas estão tentando se diagnosticar sozinhas, encontrar soluções rápidas e entender por que não conseguem mais respirar direito ou dormir à noite. É um grito silencioso por ajuda”, explica a psicóloga clínica Marina Lemos.

Isso, por um lado, revela uma população mais consciente e curiosa sobre saúde mental, mas também pode ser um risco, já que a automedicação, os diagnósticos imprecisos e os conselhos genéricos podem piorar o quadro.

Aplicativos como Cíngulo, Meditopia, Zen e Headspace também viram suas bases de usuários crescerem no Brasil. Para muitos, essas ferramentas se tornaram aliadas diárias na gestão da ansiedade, oferecendo momentos de pausa, reflexão e reconexão.

🚨 Um alerta coletivo: precisamos falar sobre saúde mental

 

Estar em segundo lugar no mundo em buscas sobre ansiedade não é um troféu. É um alerta. O Brasil precisa urgentemente investir em políticas públicas de saúde mental, com ações como:

  • Inserção da educação emocional nas escolas

  • Ampliação da cobertura do SUS para psicoterapia

  • Campanhas de conscientização sobre TAG, depressão e suicídio

  • Capacitação de profissionais da saúde para o diagnóstico precoce

Além disso, é fundamental romper com o estigma que ainda cerca os transtornos mentais. Sentir ansiedade não é fraqueza, é um sinal de que algo precisa de atenção.

Informação sobre ansiedade é alívio, mas acolhimento é cura

 

A internet tem sido uma importante aliada na disseminação de informações sobre ansiedade. Mas é preciso ir além do clique: buscar ajuda especializada, conversar, criar redes de apoio e acolhimento.

Se você sente que está sobrecarregado(a), preso(a) em ciclos de medo ou angústia, saiba que você não está sozinho(a) — e que existe ajuda. O Brasil pode estar no topo das pesquisas, mas também pode ser líder em transformação emocional. Falar sobre ansiedade é o primeiro passo para vencê-la.

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